Uma mensagem do Capitão-Tenente (T) Fabrício Costa, assessor de comunicação do Corpo de Fuzileiros Navais a todos os amigos jornalistas.

Capitão-Tenente (T) Fabrício Costa ja ocupou diversos cargos na Marinha do Brasil e Ministério da Defesa que trazem contato direto e constante com a imprensa, na presente data é assesor de comunicação do Corpo de Fuzileiros Navais. Em muito, tem valorizado e apoiado a mídia especializada em defesa, como o BaseMilitar. Reproduzimos aqui suas palavras em homenagem ao dia do Jornalista, e reafirmamos aqui, nosso agradecimento pelo apoio e incentivo ao longo dos anos que temos tido contato. Obrigado Capitão-Tenente (T) Fabricio Costa.
Leonardo Dias.
” 7 de abril – Dia do Jornalista
Além de ser Sexta-feira Santa, a data de hoje é uma justa e merecida homenagem aos jornalistas profissionais que trabalham com seriedade. Diuturnamente, apuram, checam e transmitem as informações numa prestação de serviços necessária para o bom funcionamento da sociedade.
É um trabalho indispensável para a democracia. Exige proatividade, zelo e parcimônia. Transparência, objetividade e imparcialidade. Também não podem ficar de fora a ética e o compromisso com a verdade. Por outro lado, infelizmente, nos últimos dez anos, as fake news aumentaram consideravelmente em escala planetária. Como um câncer que deve ser extirpado (mesmo que com doses amargas de demissões), mas que, no momento, só serve para distorcer a realidade dos fatos e, consequentemente, desinformar a população.
Esse câncer chamado fake news também colocou em risco a credibilidade do jornalismo profissional e deixou os jornalistas em geral na berlinda. O dilema agora é: será que o furo de reportagem chegou por fonte confiável e é possível bancar aquela informação em um mundo tão contaminado pelas fake news?
Dessa forma, um dos grandes desafios do jornalismo na atualidade é verificar a procedência e a veracidade das informações para não deixar a população à mercê da própria sorte com as informações deturpadas que circulam, principalmente, na internet e nas mídias sociais.
Outro grande dilema é a violência enfrentada pelos profissionais de imprensa no seu dia a dia. Eles se transformaram em bodes expiatórios de um sistema que está mais preocupado em destruir reputações, quebrar paradigmas de valores que deveriam ser imutáveis e lacrar em cima de temas polêmicos.
Então, nesta Sexta-feira Santa, eu convido vocês a fazerem uma reflexão sobre o momento em que o jornalismo atravessa. A crise profunda que afeta os veículos de comunicação tradicionais não é apenas pela migração da publicidade da plataforma eletrônica e mecânica para o mundo digital e virtual.
Não é apenas devido à escassez cada vez maior de leitores assinantes de jornais e revistas, que vivem numa bolha analógica enquanto o mundo da internet debate como a inteligência artificial será empregada no jornalismo.
A crise profunda do jornalismo também está ligada ao seu modus operandi, aos interesses das empresas jornalísticas por trás das notícias e, principalmente, às pessoas que tocam essas grandes caravelas rumo a um mar revolto de versões, com ondas gigantes de narrativas e farto de revanchismo economico, político e social.
Oferecer notícias confiáveis, respaldadas unicamente na realidade dos fatos, sem vieses e narrativas, deve ser o grande alvo do jornalismo profissional, caso queira realmente lutar pela sua sobrevivência.
Otimista de que é só uma fase ruim, que passará em breve, parabenizo os jornalistas pela inegável abnegação, pelo sacerdócio diário da profissão e pela resiliência diante de um cenário tão devastador.
Sim, o caminho é tortuoso, mas pode ser vencido se formos incensáveis na busca e transmissão da notícia propriamente dita, despita de entulhos maquiavélico.”
Capitão-Tenente (T) Fabrício Costa
